quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Os 50 anos do Álbum Branco: o início do fim dos Beatles


1968 foi um ano atribulado. Se o anterior, 1967, foi o ano do "verão do amor", dos hippies, do sexo livre (e por vezes descontrolado), dos jovens se entupindo de alucinógenos enquanto repetiam frases feitas sobre paz e amor e do primeiro grande festival: o Monterrey Pop Festival. 1968 serviu como um grande choque de realidade para toda uma geração, um grande "ei, deem uma parada nos alucinógenos e olhem os problemas do mundo real!".

E também pudera, se no Brasil o AI-5 seria instaurado no final daquele ano, deixando a ditadura militar de vez com cara de ditadura, no exterior uma onda de violentos e marcantes protestos ocorriam nas capitais de alguma das principais nações europeias, sejam eles tendo se iniciado sem um motivo muito claro, como os ocorridos em Paris, seja pela busca por autonomia e liberdade de uma opressão tirânica como os da Primavera de Praga. Nos Estados Unidos, além da agravação dos problemas na Guerra do Vietnã, a vida de um dos maiores líderes que esse planeta já viu era ceifada covardemente, o que não retardou a intensa luta dos negros americanos pelos seus direitos civis.

Os Beatles, filhos dos anos 60 que eram, também fariam sentir essa mudança de sensações entre os anos nos seus trabalhos, principalmente nas capas: do colorido, florido e psicodélico Sargent Peppers para o branco sem enfeites e melancólico do mais novo quinquagenário do pedaço: o The Beatles, Untitled ou como eu prefiro chamar, White Album.

E dá pra dizer que o Álbum Branco - e a ruptura do grupo - começaram numa aventura ainda no espírito de 67: uma ida à Índia, para um retiro espiritual com o líder religioso Maharishi na cidade de Rishikesh incentivada por John Lennon e George Harrison, encantados pelo espirituoso indiano. Meio que a revelia, Ringo Starr e Paul McCartney aceitaram se juntar a seus dois colegas na empreitada, com os quatro fabulosos levando além de suas esposas mais alguns amigos.



Além do objetivo de encontro e elevação espiritual- e da procura de um guia para a banda, após a morte de Brian Epstein -, principalmente por parte de George e John , também havia pelo workaholic Paul a intenção de usar o tempo livre, longe das agitações da animada Londres da época e da gritaria de adolescentes ensandecidas(uma fuga que já ocorria desde 1966, quando decidiram parar de fazer shows para se concentrar mais nas próprias músicas, iniciando, coincidência ou não, o período da maior parte dos grandes trabalhos da banda) para produzir mais músicas. E é claro, melhorar a interação e relacionamento entre eles como amigos e banda.

Se podemos dizer que a parte de produzir músicas foi um sucesso, com muitas das músicas do vindouro White Album tendo nascido no período dos Beatles na Índia, o mesmo não vale para os outros: a meditação foi pro saco com o fab four, suas esposas e amigos contrabandeando bebida e usando drogas alucinógenas, ao contrário do que havia pedido Maharish. Ringo começou a sentir saudades da comida inglesa , viu que aquele retiro não era pra ele e foi o primeiro a dar no pé, logo depois acompanhado por. John começou a se afastar da esposa Cynthia e a se corresponder frequentemente com Yoko Ono (num processo que culminaria na sua separação, da esposa e da banda, e uma das mais bonitas músicas pop da história: Hey Jude). E após acusações, até hoje não muito bem esclarecidas, feitas por Alex Mardas sobre um suposto assédio de Maharish a uma das mulheres do grupo decidiu partir, acompanhado em seguida por Harrison, cantando impropérios sobre o guru indiano, que logo depois virariam a canção Sexy Sadie.

No final, a sensação que ficava era a de decepção e desilusão. E que, cada vez mais, cada um dos Beatles poderia viver sem a companhia do outro. Mas tudo ainda iria piorar...

Após uma estadia no estúdio da casa de George, onde gravaram as demos iniciais das músicas que haviam composto - e que receberam um lançamento especial na caixa comemorativa dos 50 anos do álbum - e foram para o estúdio Abbey Road, e foi aí que a relação entre os quatro azedou de vez: Paul ficava mais e mais centralizador e passava a exigir muito de seus colegas, com seu perfeccionismo fazendo a banda realizar centenas de takes de uma música e deixando Ringo com bolhas nos dedos de tanto tocar, como ficaria eternizado em Helter Skelter. Ringo aliás chegou a sair da banda por um breve período por não aguentar o péssimo clima das gravações. Lennon, cada vez mais apaixonado por Yoko, quebrou uma das regras da banda e trouxe sua companheira para o estúdio, onde ela chegou a dar ordens aos Beatles no meio das gravações (!!) em cima de uma cama(!!!!). George foi outro que quebrou uma das regras do grupo, cansado de ser boicotado por seus companheiros e chamando seu grande amigo Eric Clapton para finalizar While My Guitar Gently Weeps.



Mesmo assim as discussões, boicotes, desistências e o clima pesado que imperava no estúdio não afetou o trabalho final da banda, com o White Album sendo o maior despojo criativo da banda, indo do country, passando pelo blues e chegando ao hard rock e ao art-pop. Poderia ser menor, mais enxuto e selecionando o melhor do melhor? Poderia, como havia aconselhado George Martin, mas grandes artistas possuem grandes egos e assim o Álbum Branco chegou ao mundo como disco duplo.Um vômito de criatividade e reflexo de um mundo prestes a se fragmentar por uma banda próxima da ruptura.

Música a música

O White Album chega aterrizando com tudo com a audaciosa Back In The U.S.S.R - com Paul amolando tanto Ringo que o fez sair do estúdio, com o próprio Macca gravando o resto da bateria -   elogiando as qualidades das garotas soviéticas e de como é bom sair dos Estados Unidos e voltar à U.R.S.S, isso, lembre-se, em plena Guerra Fria. Por fora das polêmicas, é também uma homenagem à canções de Chuck Berry e Beach Boys. Na sequência, praticamente ligadas, vêm Dear Prudence, música feita por Lennon para Prudence Farrow no período em que estavam na Índia, tentando fazer a companheira de viagem sair um pouco da sua meditação e se divertir.

A seguir vem Glass Onion, uma das mais sagazes e divertidas músicas dos Beatles, com John Lennon fazendo brincadeiras sobre a "morte" de Paul e das supostas referências escondidas em algumas canções do quarteto, assim como as duas músicas anteriores, tem uma bela linha de baixo. Ob-La-Di, Ob-La-Da é uma tentativa de Paul de fazer um reagge utilizando uma expressão de um amigo, Jimmy Scott. Enjoadinha, mas a criançada deve gostar.

Wild Honey Pie é um excesso experimental de Paul, deveria sair do disco mas Pattie Boyd, esposa de Harrison à época, gostou tanto que eles resolveram a manter. Outro fruto da viagem à Rishikesh foi The Continuing Story Of Bungallow Bill, uma canção com pegada faroeste de Lennon sobre um rapaz americano que saía para matar tigres em elefantes e depois ia se meditar. Contem vocais de Maureen, esposa de Ringo e Yoko.

George Harrison estava sendo boicotado por Lennon e Paul, que segundo ele não estavam trabalhando na música com a vontade que trabalhavam nas próprias. Revoltado, decidiu chamar seu amigo Eric Clapton para se juntar a gravação. A estadia de Clapton serviu para além de aumentar a quantidade de talento por metro quadrado no estúdio, desanuviar um pouco as tensões entre a banda ajudar a fazer nascer a música que é, particularmente, o ponto alto do disco: While My Guitar Gently Weeps. Com novo ânimo, Macca acrescentou uma belíssima linha introdutória de piano, bem como uma linha de baixo do nível das outras presentes no álbum.

A letra é uma reflexão de George sobre o livro I Ching, do relacionamento com seus colegas de banda e de uma geração que falava sobre paz e amor interior mas se perdia nos alucinógenos. Clapton, inicialmente relutante em participar da gravação, realizou um dos mais belos solos de guitarra da história do rock. Mostrando que uns podem ser mais rápidos, outros mais agressivos mas é o slowhand, seguindo a escola de seus ídolos negros do Blues, que sabe fazer como ninguém uma guitarra chorar suavemente. Se Clapton não é Deus, com toda certeza é diretamente inspirado por Ele.

Acima, a talvez mais bela versão da música, cantada por Eric no Concert for George, um ano após a morte de Harrison, ao lado dos outros dois Beatles vivos, McCartney e Ringo, além do filho de George, Dani:

Na sequência, Happiness Is a Warm Gun é uma canção de John Lennon usando um revólver como duplo sentido para suas vontades sexuais com Yoko Ono e seus problemas com heroína, possui uma mudança de tempo bem interessante. Abrindo o lado dois, Martha My Dear é uma canção de Paul inspirada por uma ópera chamada Martha, e feita para provar que sabia tocar o piano rápido com as duas mão. Apesar de Martha também ser o nome de sua cadela, muitos dizem que a canção foi feita para Jane Auster, sua namorada com quem recentemente havia rompido.

Outro fruto do período na Índia é I'm So Tired, música de Lennon sobre sua insônia durante a época e do quanto pensava em Yoko Ono. Depois de While My Guitar, o ponto alto do White Album, é Blackbird, uma das canções que exemplificam a sensibilidade que Paul McCartney impunha em suas composições. As histórias das origens da letra são as mais variadas, com acusações de que o próprio Paul usou de certo revisionismo para conferir mais profundidade à canção (como se precisasse...) mas a versão que é provavelmente mais próxima da verdade é que ela se refere a luta da mulher negra para se inserir na sociedade, particularmente nos Estados Unidos. Infelizmente, foi uma das canções do disco que foram interpretadas pelo maníaco Charles Manson como um sinal dos Beatles sobre uma vindoura guerra racial.

Seguindo a linha de Taxman, Piggies é uma letra crítica de Harrison sobre os políticos ingleses, também é claramente inspirada pelo livro A Revolução dos Bichos. Infelizmente é outra das "canções Manson". Rocky Raccoon, fechando a tríade de canções de bichos, é uma música que parodia as baladas que narram uma história de Bob Dylan e Johny Cash. Além da pegada faroeste, é curioso Paul imitando um americano caipira nos primeiros versos.

Vi em um texto sobre o Álbum Branco, se não me engano da Época, que falava que Don't Pass Me By era uma música ruim, acho uma injustiça: a primeira composição de Ringo para os Beatles é uma divertida música com uma levada country. Tentando emular um pouco o Blues negro dos EUA, Paul fez Why Don't We Do It in the Road, uma canção inspirada por, na época em que estava no retiro na Índia, ver macacos fazendo aquilo na estrada.

I Will é uma das belas canções românticas típicas de Paul McCartney, e se esse disco é cheio de linhas de baixo fabulosas feitas por Macca, essa faixa não é exceção. Com uma curiosidade: o baixo foi feito com a sua própria boca. Julia é outra bela canção do disco, Lennon "une" sua mãe Julia e Yoko Ono ("ocean child" ou criança do oceano, é o significado do nome de Ono em japonês) numa só pessoa para lhe dedicar essa suave e doce música.

Abrindo o disco 2 vem Birthday, uma canção sobre momentos de celebração, possui um riff contagiante e foi a última música com John e Paul dividindo os vocais. Parte paródia da tentativa de grupos ingleses tocarem o "blues" como os afro-americanos, parte expressão real dos sentimentos de John no período do retiro espiritual com Maharish, Yer Blues é uma canção crua, gravada com os quatro beatles tocando "ao vivo" dentro de uma sala equipada com apenas 4 canais de gravação. Outro ponto alto do disco, com riffs de guitarra que colam e outro excelente baixo de Paul. Posui uma referência a Ballad of a Thin Man de Bob Dylan no trecho "feel so suicidal, just like Dylan's Mr. Jones".



Em 68, os Beatles já não faziam mais shows, mas Lennon teve companhia a altura para essa exibição no Rolling Stones Rock 'n' Roll Circus: Mitch Mitchels na batera e Keith Richards no baixo para dar espaço pra Eric Clapton arrebentar nos solos de guitarra.

Mother Nature's Son é mais outra sensível e bonita canção de Macca, dessa vez cantando sobre as belezas da natureza, uma de suas paixões. De título longo Everybody's Got Something to Hide Except For Me And My Monkey possui um riff de guitarra interessante e letras de sentido oculto, muito provavelmente sendo uma referência ao uso de heroína de John Lennon.

Após supostas investidas do guru Maharish sobre a atriz Mia Farrow, Lennon se desiludiu com toda a coisa de retiro espiritual. Revoltado, fez uma canção chamada Maharish em "homenagem" ao indiano mas, alertado por George, mudou as citações diretas ao líder espiritual para Sexy Sadie. Pode se dizer que Paul McCartney é tão orgulhoso quanto genial, após ler uma entrevista de Pete Townshend dizendo que a psicodélica I Can See For Miles era a mais "suja" canção já feita. Se sentindo motivado pela declaração do colega, entrou em estúdio e abusou dos Beatles até Helter Skelter sair o mais pesado possível, fazendo Ringo gritar que tinha bolhas em seus dedos. É difícil afirmar, mas pode ter sido o princípio do Hard Rock/Heavy Metal que teria seu início no ano posterior (vale lembrar que Ozzy Osbourne era um grande fã dos quatro garotos de Liverpool), bem como uma das inspirações para o que viria a ser o Punk. Infelizmente vai ser eternamente atrelada ao horrores praticados pela família Manson, cujo líder Charles Manson acreditava que a música era uma premonição de uma futura guerra racial a ocorrer nos EUA e que os Beatles eram os quatro cavalheiros do apocalipse.

Long, Long, Long é mais uma das belas canções de Harrison sobre se encontrar com Deus, possui uma cadência e calma que podem dar sono a ouvidos mais apressados e menos sensíveis. Revolution 1, também fruto da estadia na Índia, é Lennon resolvendo falar desveladamente sobre toda as situações de tensão que rolavam naquela época, dando inclusive algumas alfinetadas em alguns movimentos de protestos dizendo que "Se você sair por aí carregando fotos do chairman Mao, não vai conseguir apoio de ninguém de qualquer forma". Uma versão mais elétrica virou o lado B do single de Hey Jude.

Honey Pie é uma homenagem de Paul às músicas de veudeville que costumavam ouvir quando crianças, a letra se trata de um rapaz apaixonado por uma garota da classe trabalhadora de Londres que se tornou uma estrela do cinema estadunidense. Os arranjos de George Martin dão uma ar todo nostálgico a uma das mais divertidas canções dos Beatles. Savoy Truffle é uma música, cheia de distorção, até mesmo nos saxofones, de George sobre o vício de Eric Clapton em comer doces, ainda alertando o colega de que "terá que arrancar todos eles (os dentes) após a trufa de sabóia". Coincidência ou não a primeira palavra da música é Cream, nome da lendária banda de Eric à época.

Cry Baby Cry é uma espécie de canção de ninar composta por John Lennon, também sendo a última canção do disco que conta com a participação de todos os Beatles. Revolution 9 são restos de gravações e colagens de diálogos aleatórios que viraram uma música de 8 minutos. Completamente descartável, um lixo, mas um lixo artístico de qualquer forma. Para fechar o álbum, vem Good Night, composta por Lennon e cantada por Ringo, com a adição de um quarteto de cordas. Uma bela canção feita para Julian Lennon, lembrando bastante as trilhas das animações da Disney.

Um marco histórico

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Poderia ser mais enxuto sim, e talvez se tivesse apenas 8 ou 12 canções seria ainda melhor, mas o Álbum Branco foi o maior despejo de criatividade da banda e definitivamente os pontos altos compensam alguns dos excessos. Fazer um disco histórico e de alto nível com 30 músicas não é coisa para qualquer um. É coisa para os Beatles.


segunda-feira, 12 de março de 2018

A Internazionale de todos os tempos


Depois do texto da Itália e da Juventus, eu havia prometido que no próximo post o time escolhido seria o Milan. Porém, em virtude do aniversário de 110 anos dos nerazzurri resolvi adiantar a seleção do mais internacional clube italiano.


ANTES DE RECLAMAR LEIA ISTO: Diferente de algumas outras matérias deste tipo, tentei seguir ao máximo possível de coerência tática e de posicionamento dos jogadores. Claro que pela quantidade de grandes nomes, principalmente no ataque, me levou a fazer pequenas adaptações mas acredito eu que todas elas foram coerentes com as características dos jogadores. É ÓBVIO que gente boa demais e com história no clube ficou de fora, mas os que entraram tiveram seu lugar no time bem explicado.


Não só o desempenho em campo foi levado em conta, mas a identificação com a camisa azul e preta, à sua torcida e fidelidade à equipe, o que foi preponderante na escolha de alguns jogadores. Dito isso, vamos ao XI:

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Corpo Fechado: A essência do super-herói de quadrinhos


Obs.: Possui sensíveis* spoilers sobre a trama

*eles choram quando alguém sai do texto por causa deles

Existem super-heróis de quadrinhos dos mais variados tipos, poderes, uniformes, identidade secreta, personalidade, raça, nacionalidade e religião. Mas existe um certo padrão em todos, ou pelo menos na maioria, deles até mesmo os de editoras diferentes. Todos possuem uma essência em comum, e é sobre essa essência, esse padrão em comum que se trata Corpo Fechado.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

A Juventus de todos os tempos


Um hobby que volta e meia me consome certo tempo é o de imaginar XI de todos os tempos de algumas seleções e países, eu já havia feito o da Itália há um (muito)tempo atrás e agora seguirei no país da bota elencando os 11 melhores da história de alguns clubes. E vou começar pelo(na minha opinião) maior deles: a Juventus de Turim.

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Os Portugal x Inglaterra que pararam o mundo


As relações entre Portugal e Inglaterra, do ponto de vista histórico, sempre foram amistosas, com o primeiro acordo diplomático entre as duas nações(na época ainda reinos) datado de 1373 com a Aliança Luso-Britânica. Essa união se fez valer em vários conflitos nos séculos seguintes, como a Guerra da Sucessão Espanhola em 1703 e no auxílio à fuga da Família Real de Napoleão em 1807.

Mas no futebol, uma paixão compartilhada entre os dois países, não foram poucos os conflitos. Só na Copa do Mundo foram três confrontos entre as duas seleções, curiosamente todas eles acontecendo em anos terminados em "6" a cada 20 anos - ou 5 Copas - à partir do primeiro confronto, em 1966, colocando frente a frente grandes gerações dos dois selecionados. E é sobre essas partidas que iremos nos aprofundar hoje:

Os 50 anos do Álbum Branco: o início do fim dos Beatles

1968 foi um ano atribulado. Se o anterior, 1967, foi o ano do "verão do amor", dos hippies, do sexo livre (e por vezes descontr...